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Bem Vindo à Agência da Saúde - 19 de Abril de 2024 - 12:12

Saúde

Dermatite de Contato

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A Dermatite de contato é definida como uma resposta inflamatória na pele resultante da exposição tópica de substâncias externas, estranhas ao organismo. É produzida pela ação direta sobre a pele de elementos irritantes primários (mecanismo não-alérgico) ou que provoquem lesões por mecanismo de hipersensibilidade (alérgico).
 
A Dermatite de contato é uma  das patologias de pele mais comuns observadas na sociedade. Sua incidência é grande e estudos sugerem que pelo menos 20% da população em geral está teoricamente sob risco de desenvolver dermatite de contato alérgica. Ocorre em qualquer idade, porém é mais frequente em adultos e mais rara em crianças. 
 
A industrialização vem aumentando a exposição das pessoas a diversos produtos químicos, poluentes e diferentes substâncias, tanto nas residências, como nos locais de trabalho e escolas. Esta tendência é cada vez maior, em relação direta ao aumento da tecnologia, conforme vão sendo lançadas novas substâncias industriais, principalmente nos centros urbanos.  Conforme a ocorrência destes fatos, a incidência das reações patológicas à exposição a estes agentes na população está ampliando cada vez mais. 
 
Os testes de contato são a prova mais eficiente para confirmar o diagnóstico e encontrar a causa da dermatite de contato. Os bons resultados dependem da indicação correta do grupo de substâncias, da técnica de aplicação e da interpretação dos resultados obtidos na leitura do teste epicutâneo.
 
O mecanismo etiopatogênico dos testes de contato é o mesmo da dermatite alérgica de contato. Supondo-se que o paciente já tenha entrado em contato com determinado antígeno, a colocação em uma parte do corpo, da substância que se suspeita ser o agente etiológico da dermatite de contato, induz a formação da via referente da Dermatite alérgica de contato, produzindo no local do teste epicutâneo, lesão clínica de aspecto eczematoso.
 
Assim, os testes epicutâneos são indicados na investigação de dermatite alérgica de contato. Na dermatite de contato por irritação primária, os testes são negativos, já que para este tipo de dermatite de contato, não existe mecanismo imunológico envolvido.
 
As substâncias utilizadas na bateria de testes epicutâneos, são sensibilizantes comuns na população em estudo. As concentrações e os veículos utilizados para diluição dos elementos da bateria tem o objetivo de sensibilizar e não irritar a pele. Em geral, as diluições são feitas em vaselina sólida ou em água.
 
A bateria padrão deste teste de contato foi preparada de acordo com alérgenos sugeridos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Esta bateria contém 22 substâncias que compõem a bateria padrão preconizada pelo International Contact Dermatitis Research Group (ICDRG) e mais 8 elementos importantes para a nossa população. Todas estas substâncias são sensibilizantes e de uso comum em nosso meio.
 
APLICAÇÃO DOS TESTES DE CONTATO
Os testes de contato, em geral, são aplicados no dorso dos pacientes por se tratar de área que possibilita aplicação de número adequado de testes. As substâncias são aplicadas nas cavidades das camadas, aderidos em fita adesiva tipo micropore e distantes entre si cerca de 2 cm. Após 48 horas, os testes são retirados e é realizada a primeira leitura. A segunda leitura dos testes é feita às 72 horas. Os critérios adotados para leitura são os preconizados pelo International Contact Dermatitis Research Group (ICDRG).
 
São considerados testes negativos:
- os que assim se comportam às 48 e 72 horas;
- as reações positivas às 48 horas, com negatividade às 72 horas.
 
São considerados testes positivos:
- testes positivos às  48 e 72 horas;
- testes negativos às  48 horas e positivos às 72 horas.
 
Deve-se lembrar que algumas substâncias podem apresentar reação positiva tardia, como a neomicina, cujo teste pode se tornar positivo às 96 horas, portanto o paciente deve ser orientado a retornar ao médico assistente, caso ocorra aumento ou persistência de sintomas (prurido principalmente), no local da aplicação dos testes epicutâneos.
 
TÉCNICA DE PREPARO DO TESTE DE CONTATO:
Deve-se limpar e desengordurar a pele com éter ou acetona para facilitar a adesividade da fita (contensor). O álcool não é adequado para desengordurar a pele.  Em seguida é aplicado o contensor na região dorsal (FIG. 1), evitando colar sobre a coluna vertebral. 
 
Deixa-se em contato por 48 horas.  É orientado ao paciente para não molhar a região dorsal, evitar movimentos bruscos; evitar exercícios ou trabalhos físicos que provoquem transpiração excessiva.
 
Antes de retirar o contensor deve-se marcar a pele, com uma caneta dermográfica, as bordas superiores da fita adesiva (estas marcas facilitarão a leitura). A presença de inchaço e hiperemia na pele pode ser indicativo de dermatite alérgica (FIG. 2 ) a determinado elemento químico. 
 
Dr. Paulo Cesar de J. Dias
CRM/MT  34309
Otorrinolaringologia
Mestrado em otorrinolaringologia
Doutorado em Medicina
Membro efetivo da Associação Brasileira de Alergia
 

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