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Bem Vindo à Agência da Saúde - 28 de Março de 2024 - 12:49

Saúde

Entenda as polêmicas relacionadas às "cápsulas da USP"

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Recentemente, as chamadas "cápsulas da USP" se tornaram assunto corriqueiro no círculo dos profissionais da saúde, bem como entre as pessoas que lutam contra o câncer. Mas, devido à falta de estudos científicos rigorosos a comprovar a eficácia anticancerígena da fosfoetanolamina, princípio ativo da cápsula, o seu uso requer cautela.

Os primeiros relatos sobre os supostos efeitos terapêuticos da substância datam mais de 20 anos, quando um então professor de química da USP, Gilberto Chierice, começou a produzir e distribuir as cápsulas para pacientes com câncer. Após anos de relatos contraditórios, quer de indivíduos que afirmaram sentir melhoras com o consumo da substância, quer de outros que não apresentaram melhoras significativas, o composto voltou a lume, em virtude de vários pedidos de liminares que concediam o direito de pacientes com câncer a recebê-lo.

Ante o grande apelo popular, foi aprovado pelo Senado a proposta de lei que autoriza a fabricação e comercialização da substância fosfoetanolamina, que segue agora para a sanção presidencial para entrar em vigor. Mas, apesar do grande espetáculo midiático que circunda as "cápsulas da USP", é importante tomar alguns cuidados antes de se submeter a qualquer tratamento.

De início, é importante salientar que a fosfoetanolamina ainda não passou por rigorosos testes laboratoriais que atestem que, de fato, possa ser utilizada no tratamento para o câncer. Relatos individuais de melhora devem ser vistos com cautela, pois não é possível afirmar que a regressão do tumor se deu especificamente devido à substância, havendo a hipótese de a cura se ter possibilitado pelo tratamento convencional, ou por simples regressão espontânea.

Estudos preliminares, realizados em células cancerígenas in vitro, têm demonstrado que a fosfoetanolamina não possui propriedades antitumorais tão acentuadas como as substâncias já utilizadas atualmente na quimioterapia. Entretanto, ainda é cedo para tirar conclusões, sendo necessário esperar resultados conclusivos. 

Deste modo, é importante a todos os que estiverem lutando contra o câncer manter o diálogo aberto com o médico responsável pelo tratamento, pedindo esclarecimentos sobre o uso de qualquer medicamento. Em sendo o médico favorável à utilização da substância, sua ingestão deve ser complementar à medicina convencional, e não substitutiva desta.  Em nenhum hipótese se recomenda a interrupção do tratamento convencional para lançar mão de procedimentos alternativos, cuja eficácia terapêutiva ainda não foi estabelecida.

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